''Devemos ser a mudança que queremos do mundo.'' - Gandhi
Todos os dias
somos bombardeados com dezenas de opiniões acerca de variados assuntos, pois é
de nossa natureza falar aquilo que achamos sobre a realidade da qual fazemos
parte. Porém os embates não ocorrem somente na forma de diálogo. Vemos toda
forma de violência nas ruas e dentro do círculo familiar, desde um simples tapa
que um pai dá em seu filho até a esposa que mata o marido de modo cruel e o
retalha colocando-o em um saco.
Os milênios
de evolução intelectual parecem não terem nos favorecido no campo da ética e da
moral, o que mostra que somos tão animais quanto o primeiro primata que desceu
das árvores e se pôs a procurar seu alimento nas savanas da África. Uma
pergunta deveria pairar sobre nossas cabeças: Será que somente o progresso no
campo da Técnica e da Ciência nos basta?
O caso do pai
que abraçou o filho na rua e foi espancado por meliantes que achavam que estes
eram homossexuais já caiu no esquecimento bem como os dos muitos homossexuais
que foram espancados pelas ruas das grandes e pequenas cidades brasileiras.
Nesse
panorama de filme de terror, que a população alienada só se depara quando
assiste ao programa do Datena, não roubaram o meu relógio, mas a nossa
liberdade de sair às ruas sem nos preocupar que o tigre da violência decorrente
da desigualdade venha ceifar nossas vidas nessa savana urbana.
E nisso tanta
coisa tão torpe tenho tido que escutar, até uma frase que de tão característica
do senso comum que parece ter sido tirada da boca de um ‘’herói’’ do Big
Brother: Todo político é corrupto, e só se tornar para se corromper. E eu
pergunto: Você se corromperia? E a pessoa não sabe responder.
A corrupção
também é uma violência, contra a mãe que quer melhor educação para o filho, o
deficiente que quer melhorias urbanas enfim, contra a sociedade toda. Porém
esta é uma violência aceita, pois no Brasil a esperança, pelo menos da
perspectiva de parte do povo, parece estar morta.
Chamamos o
rico de burguês, mas compramos um tablet ou qualquer parafernália do tipo sem
saber que elas são montadas por uma criança num país da Ásia. Mas enquanto isso
persiste nossa discussão tola de direita contra esquerda, e nos esquecemos que
todos nós somos humanos e que o planeta sucumbe pela nossa incompetência em
geri-lo.
Se pensarmos
além das divisões sociais que nós mesmos nos impomos, veremos que cada um de
nós é uma célula que compõem esse todo ao qual chamamos Terra. Nós e todos os
ecossistemas somos um organismo vivo que padece de um câncer e para tratá-lo
todos terão de se mobilizar, pois essa doença pode custar a nossa vida.
Essa
consciência planetária pode soar um tanto New
Age, mas o mundo está começando a voltar-se para ela. O que você veste,
come, fala e o modo com que você age começa a ser ligado a um plano maior.
Diria que estamos voltando à infância quando nossa mãe nos dizia do perigo que
é jogar papel na rua.
Porém os mais apressados acham que podem mudar o mundo
da noite para o dia. Nada no mundo ocorre desta maneira, tudo é um processo porque
até mesmos nós somos seres inacabados. E por fim chamo o velho Lennon à mesa
para papear comigo como fazem os historiadores e digo a ele: Não meu caro, você estava errado, o sonho não acabou; a humanidade um dia viverá em paz.
Bruno Camargo dos Santos, licenciando em História pela Universidade de Sorocaba.
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