Esta importante entrevista com a nossa Clarice Lispector foi apresentada pelo programa Panorama Especial e transmitida pela TV Cultura em 1977. Através desse encontro com Clarice nós percebemos o quanto Ela é natural e existencialista ao tratar do Homem e de si mesma, ela consegue expor em seus trabalhos todos esses sentimentos que fazem parte da vida do sujeito como o Medo, Angústia, Desprezo, dentre outros afirmados pela própria Clarice Lispector.
30 de julho de 2012
Documentário: Sexo no Antigo Egito
Nesse documentário do canal por assinatura o History Channel é mostrado um aspecto geralmente pouco comentado da civilização egípcia.
Quem estuda as evidencias arqueológicas logo entende que esse povo tão avançado nos estudos da filosofia, artes, arquitetura, agricultura e guerra também eram muito sofisticados no entendimento da sexualidade humana.
O povo egípcio sendo inteligente como eram, logo compreenderam seus próprios extintos e passaram a apreciá-los com moderação e sofisticação.
Nesse documentário é mostrado o obvio sobre a civilização, mas que geralmente é ignorado ou omitido em livros e em documentários mais convencionais, justamente por causa da psicose dos cristãos e religiosos modernos num geral quanto ao sexo.
Sendo este um tema que ainda é "Tabu" entre a maioria das pessoas os documentários e livros acabam por ignorar essa verdade simples e obvia, mesmo as pessoas do passado se interessavam por sexo, e tinham erotismo e luxuria como as atuais, o ser humano do passado é basicamente o mesmo do presente, apenas com a diferença de não possuírem tecnologias avançadas. Mas os extintos e desejos eram iguais.
Soneto XX
William Shakespeare
Um rosto de mulher pintado pela própria mão da Natureza
Tu tens, o senhor-senhora de minha paixão
Um coração gentil de mulher, mas que não conhece
Os caprichosos humores, como é a natureza falsa da mulher
Um olho mais brilhante que os delas, menos falso no contorno,
Dourando o objeto que mira
Um homem em tons, todos os tons em seu controle
Que rouba os olhos dos homens e encanta as almas das mulheres
E para uma mulher você foi originalmente criado
Até que a Natureza, enquanto ela te criava, perdeu a cabeça
E além disso, eu, dominado por ti
Adicionei uma coisa ao meu propósito, nada
Mas como ela te plantou para o prazer das mulheres
Que meu seja teu amor, e que o uso de teu amor seja o tesouro delas.
O cantor norte-americano Rufus Wainwright musicou este soneto de Shakespeare bem como três outros sonetos (o 43, 29 e o 10). Tendo assumido sua homossexualidade na adolescência, Rufus foi estuprado no Hyde Park em Nova York, depois de ser levado ao bar por um homem. Ele viveu sete anos como celibatário depois do incidente. Dependente de metanfetamina, foi convencido pelo amiga Elton John a se internar numa clínica de reabilitação onde se libertou do vício. É conhecido por ser o interprete da música Hallelujah, da trilha sonora do filme Shrek.
12 de julho de 2012
E quanto vive?
Pablo Neruda
Tradução de Bruno Camargo
E quanto vive o homem, por fim?
Vive mil dias ou somente um?
Uma semana ou vário séculos?
Por quanto tempo morre o homem?
O que quer dizer ''Para sempre''?
Preocupado com essas coisas decidi
esclarecer as coisas.
Busquei os sábios sacerdotes,
os esperei depois do rito,
os vi quando saiam,
a visitar a Deus e ao Diabo.
Se aborreceram com minhas perguntas.
Eles tampouco sabiam muito,
eram só administradores.
Os médicos me receberam,
entre uma consulta e outra,
com um bisturi em cada mão,
saturados de aureomicina,
ocupados todos os dias.
Segundo soube como me falaram
o problema era como segue:
nunca morreram tantos micróbios,
toneladas deles caíam,
mas os poucos que ficaram,
se mostraram perversos.
Me deixaram tão assustado,
que busquei os coveiros.
Fui aos rios onde queimam
grandes cadáveres pintados,
pequenos mortos ossudos,
imperadores revestidos,
por escamas aterradoras,
mulheres esmagadas de repente,
por uma explosão de raiva.
Eram bancários de defuntos,
e especialistas cinzentos.
Quando chegou minha oportunidade,
os fiz umas tantas perguntas,
eles me ofereceram me queimar,
era tudo que sabiam.
No meu país os coveiros,
me contestaram, entre bebidas:
''-Busque uma moça robusta,
e deixe de besteiras''.
Nunca vi pessoas tão alegres.
Cantavam levantando o vinho
pela saúde e pela morte.
Eram grandes fornicadores.
Voltei para minha casa mais velho
depois de recorrer ao mundo.
Não pergunto nada a ninguém.
Mas sei cada dia menos.
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