29 de fevereiro de 2012

Racismo: uma história


Título Original: Racism: a History
Título Traduzido: Racismo: uma História
Gênero: Documentário
Duração: 58 min/parte
Ano: 2007
Direção: Paul Tickell
Elenco: Sophie Okonedo … Narrator (voice)
Sinopse: Como parte da comemoração do bicentenário da Lei de Abolição ao Tráfico de Escravos (1807), a BBC 4, dentro da chamada "Abolition Season", exibiu uma série composta por três episódios, independentes entre si, abordando a história e os aspectos do racismo pelo mundo. São eles: "A Cor do Dinheiro", "Impactos Fatais" e "Um Legado Selvagem".
A Cor Do Dinheiro (Parte 1):
O programa examina as atitudes de alguns dos grandes filósofos em relação às diferenças humanas, incluindo a abordagem das implicações dos dogmas do Velho Testamento acerca dos atributos das diferentes raças, especificamente "A Maldição de Cam". Analisa a fracassada experiência democrática da Serra Leoa, a Revolução do Haiti, a primeira revolução escrava bem sucedida da história, demonstrando como ele passou da colônia mais rica das Américas ao país mais pobre do hemisfério norte. Este episódio trata, ainda que de forma superficial, da chamada "democracia racial" brasileira.
Por fim, conclui-se que a força motriz por trás da exploração e escravização dos chamados "povos inferiores" foi a economia, e que a luta para apagar e cicatrizar os feitos e legados deixados pelo sistema escravocrata ainda continua.
Impactos Fatais (Parte 2):
É a mais superficial das diferenças humanas, tem apenas a profundidade da pele. No entanto, como construção ideológica, a ideia de raça impulsionou guerras, influenciou a política e definiu a economia mundial por mais de cinco séculos.
O programa aborda as teorias raciais desenvolvidas na era vitoriana, a eugenia, o darwinismo social e o racismo científico, desenvolvendo a narrativa a partir da descoberta dos restos mortais encontrados no deserto da Namíbia pertencentes às primeiras vítimas do que ficaria conhecido como campo de concentração, 30 anos antes de o nazismo chegar ao poder na Alemanha.
Tais teorias levaram ao desenvolvimento da Eugenia e das políticas raciais nazistas.
O documentário sustenta que os genocídios coloniais, o campo de morte da ilha de Shark, a destruição dos aborígenes tasmanianos e os 30 milhões de indianos vítimas da fome, foram apagados da história da Europa, e que a perda desta memória encoraja a crença de que a violência nazista foi uma aberração na história daquele continente. Mas que, assim como os ossos ressurgidos no deserto da Namíbia, esta história se recusa a ficar enterrada para sempre.
Um Legado Selvagem (Parte 3):
O programa aborda o cruel legado deixado pelo racismo ao longo dos séculos. Iniciando pelos EUA, berço da Ku Klux Klan, onde o pesquisador James Allen, possuidor de vasta coleção de material fotográfico e jornalístico sobre linchamentos, defende que há um movimento arquitetado para apagar a mácula racial da memória do país. A seguir, remonta à colonização belga do Congo, por Leopoldo II, onde os negros que não atingiam a quota diária de borracha tinham a mão direita decepada. O documentário trata ainda da problemática racial na África do Sul (Apartheid) e Grã-Bretanha, abordando a luta do Movimento pelos Direitos Civis nos EUA e a desconstituição do mito da existência de raças.













28 de fevereiro de 2012

Persépolis, de Marjane Satrapi




Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita - apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa.
Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares.
    Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama - e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.

Marjane Satrapi nasceu em Rasht no Irã em 22 de novembro de 1969. Quando tinha nove anos, testemunha a queda do Xá, o início da Revolução Islâmica e a guerra com Iraque, sofrendo com as grandes transformações de costumes e relações sociais do Irã. Com a ditadura religiosa imposta no Irã, Marjane vai à Viena, onde mora durante quatro anos e depois retorna ao Irã, onde cursa artes plásticas na Universidade de Teerã e retorna à Europa, morando em Paris aonde trabalha como artista plástica. Em 200o começa a publicar Persepolis, uma série de quatro livros de história em quadrinhos, autobiográficos, narrando desde a sua infância, a história, os costumes, as relações familiares e sociais no Irã no período de 1978 até os anos 90. Além da história de seu país, Marji nos conta a história que muitas crianças e jovens viveram nos anos 80 e 90, com toda a busca por liberdade e os gostos culturais desta época. Devido ao grande sucesso, Persepolis, foi traduzido em vinte línguas e adaptado para o cinema, com a própria Marjane Satrapi na direção com o apoio do francês Vincent Paronnaud. No Brasil, os quatros livros que compõem Persépolis foram pulicados em um único volume pela editora Companhia das Letras.




26 de fevereiro de 2012

O que é leitura? de Maria Helena Martins

A idéia de leitura é normalmente restrita ao livro, ao jornal. Lêem-se palavras, e nada mais, diz o senso comum. As ciganas, contudo, dizem ler a mão humana, e os críticos afirmam ler um filme. O fato é que, quando escapa dos limites do texto escrito, o homem não deixa necessariamente de ler. Lê o mapa astral, o teatro, a vida - forma a sua compreensão de realidade. Que tal agora ler o que é ler? Sem conceitos estanques, antes de tudo este livro é um convite- 'vamos fazer uma leitura?' 






23 de fevereiro de 2012

Politik, por Coldplay


Olhe para a Terra de outro lugar
Todos têm que encontrar um lugar
Dê-me tempo e dê-me espaço
Dê-me algo real, não dê-me falsificações

Dê-me força, auto-controle
Dê-me coração e dê-me alma
Dê-me tempo, dê-nos um beijo
Conte-me sobre sua própria política

E abra seus olhos
Abra seus olhos
Abra seus olhos
Abra seus olhos

Dê-me um, porque um é melhor
Numa confusão, confidência
Dê-me paz de espírito e confiança
Não esqueça o resto de nós
Dê-me força, auto-controle
Dê-me coração e dê-me alma
Feridas que cicatrizam e quebras que podem ser consertadas
Conte-me sobre sua própria política

E abra seus olhos
Abra seus olhos
Abra seus olhos
Abra seus olhos
Apenas abra seus olhos

Mas me dê amor acima, amor acima, amor acima disso, eu...
E me dê amor acima, amor acima, amor acima disso, eu...

19 de fevereiro de 2012

Além do Ateu e do Ateísmo

"O ateu não é uma pessoa má e o ateísmo não é um bicho de sete cabeças. Este documentário traz seis entrevistados que abordam o assunto e falam sobre o preconceito que os ateus e o ateísmo sofrem. Porque o ateísmo é tão polêmico? Porque muitos tratam os ateus como pessoas ruins? Além do Ateu e do Ateísmo traz o ateísmo à superfície e joga as cartas para o assunto ser debatido, mostrando que o ser humano deve e tem o direito de pensar livremente e de forme racional.

Ateus não são pessoas más, e o ateísmo não é ruim para a sociedade. Seis pessoas, ateus ou não, falam sobre ateísmo, preconceito, moral, família e como lidar com o assunto.
Além do Ateu e do Ateísmo traz à superfície um assunto polêmico com o intuito de abrir espaço para a discussão do tema e para mostrar que todo ser humano tem direito ao livre pensamento e escolha.

Roteiro, Produção e Direção: Carine Immig e Fábio Goulart
Produtora: Plongée - www.plongee.com.br
Apoio: Curso de Comunicação Social - Unisc e Unisc TV
Agradecimentos:
ATEA - Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos
LiHS - Liga Humanista Secular do Brasil
Casa de Cultura Mário Quintana
Curso de Comunicação Social
Unisc TV
Åsa Heuser
Cassionei Petry
Cesar Goes
Edgar Hoffmann
Eli Vieira
Pablo Villaça
E a todos que apoiaram este projeto


Documentário produzido para a disciplina Documentário II.
Curso de Produção em Mídia Audiovisual - Universidade de Santa Cruz do Sul
Professor: Jair Giacomini

Dezembro de 2011, Santa Cruz do Sul - RS"

17 de fevereiro de 2012

O racismo está crescendo

O relator da ONU encarregado de avaliar a discriminação no mundo, Doudou Diène, diz que o preconceito é cada vez maior em muitos países e que no Brasil ele está profundamente arraigado em toda a sociedade

por Dayanne Mikevis.

O Brasil recebeu no mês passado a visita de um homem cuja a missão de fazer três perguntas a um eclético grupo de pessoas, que ia de representantes da sociedade civil ao presidente da República. Para isso, passou dez dias no país cumprindo uma agenda atribulada em Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e São Paulo. Na forma, as questões eram absolutamente singelas: a) Existe racismo no Brasil?; b) Quais são as manifestações de discriminação e racismo atualmente?; e c) Quais são as soluções para combater o problema? Se perguntar não ofende, como reza o velho bordão, não se pode dizer o mesmo das respostas que o senegalês Doudou Diène ouviu. O relator especial da Comissão de Direitos Humanos da ONU para as Formas Contemporâneas de Racismo e Discriminação disse que ficou "perturbado" com certas coisas que escutou e observou. O relatório com sua análise será divulgado pelas Nações Unidas somente em março. Um dia antes de partir, no entanto, Doudou abriu espaços entre seus compromissos em São Paulo para responder suas próprias perguntas e compartilhar com os leitores da Raça suas primeiras conclusões. Ditas em francês, inglês e um pouco de espanhol - por telefone, pessoalmente e numa entrevista coletiva -, estas são as suas impressões:

Raça - O senhor está há quatro anos na função e já visitou diversos países. Como está o racismo no mundo?
Doudou Diène - Há um recrudescimento do racismo. Nos últimos anos ocorreram três conferências internacionais para combate ao racismo. A última foi a de Durban, e uma convenção internacional foi feita. Apesar disso, atos de racismo ocorrem em todos os continentes e se traduzem em violência. Estamos assistindo à legitimação intelectual do racismo de uma forma que não víamos alguns anos atrás. Samuel Huntington, professor da Universidade Harvard, publicou recentemente o livro Where Are We? ("Onde estamos?"), cuja tese principal é que a presença dos latinos na América do Norte é uma ameaça à cultura norte-americana. É um livro de muitas páginas, que legitima a discriminação da população latina nos Estados Unidos. Portanto, vemos que o bicho está saindo da floresta. Criou-se um ambiente no qual essas coisas podem ser ditas agora. O combate ao terrorismo, que é legítimo, acabou justificando a discriminação contra certos grupos. Tudo isso leva a pensar que a discriminação racial e a xenofobia são as ameaças mais graves aos princípios democráticos. É cada vez maior o número de agremiações políticas que adotam discursos racistas. Na Europa, alguns partidos xenófobos vêm obtendo 15%, 20% dos votos. Isso é muito grave.

Revista Raça - Há racismo no Brasil?
Doudou Diène - Recebi dois tipos de resposta. No documento que o Brasil assinou em 2001, na última conferência internacional contra o racismo, realizada em Durban, na África do Sul, o presidente Fernando Henrique Cardoso reconhecia a realidade do racismo. Em contrapartida, encontrei alguns dirigentes estaduais e federais, que relativizam a realidade e a importância do racismo, com base no argumento ideológico da democracia racial. Notei uma grande diferença entre o reconhecimento do racismo pelos aparelhos de Estado e a vontade manifesta de combatê-lo, quando não a própria negação de parte de algumas autoridades. Todas as comunidades com que me encontrei no Brasil - com exceção da japonesa em São Paulo - expressaram com grande dor e sofrimento a profundidade do racismo. A discriminação constitui o pilar ideológico deste hemisfério, e isso inclui o Brasil. Tendo em conta que o país recebeu 40% da população escrava no mundo, ele foi marcado por essa herança. O racismo é uma construção que tem uma extensão intelectual muito intensa, que impregnou a mentalidade das pessoas. Portanto, tiro duas conclusões preliminares sobre a pergunta. Uma é que o racismo certamente existe no Brasil e a outra é que ele tem uma dimensão histórica considerável.

Revista Raça - Quais são as manifestações de discriminação e racismo atualmente?
Doudou Diène - A primeira delas é no plano econômico, social e político. Isso inclui a educação, habitação e todos os indicadores sociais. Pode-se verificar no Brasil manifestações concretas e materiais do racismo. Uma das mais importantes é a própria invisibilidade dessas comunidades na estrutura de governo, da economia e dos meios de comunicação. É como se o Brasil vivesse em dois mundos no mesmo país. Há o mundo da rua, multicultural, vibrante e caloroso. Mas no que diz respeito às estruturas de poder, há um Brasil diferente, que não reflete essa diversidade, caracterizado pelo ocultamento de comunidades de ascendência africana e indígena, entre outras. Vi o mesmo nos meios de comunicação. Depois de gostar muito da rua brasileira, as imagens que vejo na TV parecem que vêm do cosmo. Não correspondem à rua. O Brasil tem uma peculiaridade que já observei em outros lugares onde existe também essa discriminação histórica: quando o mapa da organização social e política coincide com o mapa das etnias marginalizadas, é sinal de um racismo estrutural muito forte. Só que o racismo não se resume a isso. Existe também no âmbito cultural, dos valores e das identidades. E aí também percebi que o impacto do racismo é muito forte. Muita gente que efetivamente pertence a determinado grupo não quer ser vista como negra ou de outra determinada etnia. E quando em um país as pessoas se recusam a reconhecer aquilo que elas são é porque a ferida do racismo é muito marcada e a negação de si próprio, de sua identidade, é a expressão dessa discriminação. Percebi também que o aspecto cultural foi usado no Brasil como máscara e como álibi do racismo. Em Salvador, há uma grande vitalidade cultural da comunidade de ascendência africana, como a música, a culinária e o candomblé. No entanto, esse vigor multicultural não se traduziu em uma diminuição do racismo na cidade, nem na sua estrutura política.

Revista Raça - Quais as são as soluções para o problema?
Doudou Diène - O Brasil fez um esforço considerável na elaboração de um status jurídico contra o racismo, pela legislação, pela criação de estruturas no aparelho de Estado, em especial a Secretaria pela Igualdade Racial, SEPPIR, com políticas de ação afirmativa e, sobretudo, no aspecto jurídico. Não há dúvida de que mostra uma vontade de acabar com o racismo. A lei e a constituição brasileira são os documentos que o Brasil se deu para combater o racismo de uma maneira clara e firme. A única questão é a aplicação dessa legislação. Vi duas realidades muito complexas no Brasil. De um lado, conheci pessoas com vontade de lutar contra a discriminação. Eu sei, por exemplo, o que acontece nos bancos e a maneira como o Ministério Público se empenha em fazer com que a lei seja respeitada. Mas encontrei entre dirigentes locais e nacionais, altos funcionários da Polícia Federal e alguns juízes nos Estados não apenas a velha desculpa da democracia racial, mas também a falta de empenho em aplicar a política federal de combate ao racismo. É preciso que a vontade política expressa na esfera federal seja aplicada no plano regional.

Revista Raça - E que recomendações o senhor pretende fazer em seu relatório?
Doudou Diène - Recomendarei um plano nacional abrangente para combater o racismo, e que ele seja feito em estreita colaboração com as comunidades diretamente envolvidas, tratando primeiro dos aspectos sociais, econômicos e políticos. Também vou sugerir que se corrija a invisibilidade das comunidades e que se faça com que as estruturas que dirigem a sociedade brasileira reflitam a riqueza cultural e étnica deste país, não dando mais a impressão de que, quando chegamos ao Brasil, estamos na Lua, com uma face clara e escura completamente opostas.

Revista Raça - Qual a sua reação diante das autoridades que tentaram diminuir o problema da questão racial no Brasil?
Doudou Diène - Eu fiquei perturbado. Foram altas personalidades que disseram isso e uma delas me disse até que a questão do racismo não era pertinente no Brasil. Ele não conseguia ver, parecia ser muito sincero. No escritório dele vi o Brasil branco, tradicional. Ele era simpático, não nego. Mas disse isso com tanta sinceridade...

Revista Raça - E o quanto dessas pessoas o senhor encontrou?
Doudou Diène - Uma minoria, mas uma minoria que ocupa posições importantes.

Revista Raça - E quanto às ações afirmativas que o senhor citou?
Doudou Diène - As ações afirmativas são a única maneira de corrigir as injustiças. É a única forma de se trazer igualdade em um país com uma discriminação histórica tão profunda como a brasileira. Populações inteiras foram marginalizadas, apesar de sua competência ou qualidade, por conta de sua raça ou etnia. É preciso que haja ação afirmativa para corrigir essa injustiça tão forte. A ação referida deveria ser ampliada a outros setores da sociedade e não apenas à universidade. Vou aconselhar para que elas sejam estendidas para o plano político e também para o serviço público. Os partidos precisam ter opções de candidatos das comunidades. Depois, o próprio sistema democrático resolve se os elege ou não.

Revista Raça - As ações afirmativas devem se restringir à esfera pública?
Doudou Diène - Eu vou propor a discriminação positiva na escolha de postos públicos, mas também na iniciativa privada. Claro que isso não deve ser imposto ao setor privado, que deve adotar programas de diversidade em troca de incentivos fiscais ou mesmo reconhecimento.

Revista Raça - O senhor já disse que a globalização é a anulação de culturas por outras. Mas como o senhor vê a questão do hip hop, que surgiu nos Estados Unidos, mas é um elemento de expressão de grupos, não somente negros, em vários países do mundo?
Doudou Diène - Eu creio que há manifestações que vêm da mesma experiência histórica. O hip hop nasceu na periferia das grandes cidades norte-americanas como uma expressão de revolta cultural e popular que se tornou universal. É normal que seja assim e que seja apropriada por jovens de outros continentes e países. O hip hop, a capoeira e outras manifestações possuem a mesma potência cultural e crítica.

Revista Raça - Como o senhor avalia as políticas de combate ao racismo no Brasil em relação a outros países da América Latina?
Doudou Diène - O Brasil, nesse ponto, vai muito além da Colômbia e, ao mesmo tempo, como aqui os negros são 40% da população, essas políticas são mais vistas. Muitos países ainda não reconhecem estruturas de racismo. A igualdade no Brasil é uma condição para que o país se torne uma grande potência mundial. 

Artigo publicado na Revista raça, in /http://racabrasil.uol.com.br/Edicoes/93/artigo12649-1.asp/, acesso em 17 de fevereiro de 2012.

14 de fevereiro de 2012

Estados Unidos da Guerra

por Bruno Camargo.


Desde o seu nascimento como nação os Estados Unidos tem na Doutrina do Destino Manifesto (surgida na primeira metade do século XIX), que diz que foram eles o povo escolhido por Deus para governar o mundo, um motivo para que pudessem expandir suas fronteiras e interferir na política de outros países.
Esta doutrina passaria a estar presente em toda a História deste país até o presente século, quando em 2003, o presidente George W. Bush autoriza a invasão do Iraque. O que poucos sabem é que durante a Guerra Irã - Iraque os EUA apoiaram o Iraque e entre 1981 a 2001 forneceram cerca de 50% dos armamentos importados pelo governo de Saddam Hussein, o que no período de 1988 - 1998 representou uma dívida de cerca de 7 bilhões de dólares do Iraque.
Como é impressionante que o mesmo país que um momento da História apoiava em outro invade? Estaria da 'genética' estadunidense a tendência a guerra? A resposta é simples, e não precisa pensar muito. Será que eles se preocuparam com as cerca de 200 mil pessoas inocentes que morreram quando eles bombardearam Hiroshima e Nagasaki e com as tantas outras que hoje sofrem com câncer na localidade, além das milhares de pessoas mortas no Vietnã quando eles lançaram bombas de desfolhante químico (agente laranja), e com as  crianças que desde hoje nascem com deficiência?
Somente agora com a crise que está acabando com a economia americana, o presidente Barack Obama (ganhador do Nobel da Paz) anunciou um corte de 450 bilhões de dólares nos gastos militares.
Será que essa justificativa história de proteção e hegemonia no planeta Terra compensa? Será que a vida de milhares de pessoas possa pagar o 'destino da Humanidade'?
Enquanto a minha mente se esforça para entender tudo isso, uma curta frase do pacifista indiano explica tudo: ''Olho por olho e o mundo acabará cego''.

13 de fevereiro de 2012

Criação

Charles Darwin (Paul Bettany) revolucionou toda a história da humanidade com sua extraordinária obra - A Origem das Espécies. Suas idéias chocaram a todos, mas foi dentro de sua família, em especial sua esposa Emma (Jennifer Connely), onde ele encontrou os maiores desafios a sua teoria. Darwin viveu um dilema entre fé e razão, amor e verdade.

Fronteiras do pensamento, por Edgar Morin


12 de fevereiro de 2012

O menino do pijama listrado (livro)




Autor: John Boyne.
Gênero: Romance.
Ano de lançamento: 2007.
Editora: Companhia das Letras.

Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os Judeus. Também não faz idéia de que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos de que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e, para além dela, centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com um frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. "O Menino do Pijama Listrado" é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.


O menino do pijama listrado (filme)

Título original: (The Boy in the Stripped Pyjamas)
Lançamento: 2008 (EUA, Inglaterra)
Direção: Mark Herman
Atores: Asa Butterfield, Vera Farmiga, David Thewlis, Zac Mattoon O'Brien.
Duração: 94 min
Gênero: Drama

Alemanha, Segunda Guerra Mundial. O menino Bruno (Asa Butterfield), de 8 anos, é filho de um oficial nazista (David Tewlis) que assume um cargo importante em um campo de concentração. Sem saber realmente o que seu pai faz, ele deixa Berlim e se muda com ele e a mãe (Vera Farmiga) para uma área isolada, onde não há muito o que fazer para uma criança com a idade dele. Os problemas começam quando ele decide explorar o local e acaba conhecendo Shmuel (Jack Scanlon), um garoto de idade parecida, que vive usando um pijama listrado e está sempre do outro lado de uma cerca eletrificada. A amizade cresce entre os dois e Bruno passa, cada vez mais, a visitá-lo, tornando essa relação mais perigosa do que eles imaginam.






Arquitetura da destruição

Arquitetura da Destruição (Architektur des Untergangs) está consagrado internacionalmente como um dos melhores estudos já feitos sobre o nazismo no cinema.
O filme de Peter Cohen lembra que chamar a Hitler de artista medíocre não elimina os estragos provocados pela sua estratégia de conquista universal. O veio artístico do arquiteto da destruição tinha grandes pretensões e queria dar uma dimensão absoluta à sua megalomania.
Hitler queria ser o senhor do universo, sem descuidar de nenhum detalhe da coreografia que levava as massas à histeria coletiva a cada demonstração.
O nazismo tinha como um dos seus princípios fundamentais a missão de embelezar o mundo. Nem que, para tanto, destruísse todo o mundo.












A coragem de dizer não

Foto histórica de um homem que se recusou a fazer a saudação nazista cai na internet e faz sucesso nas redes sociais.



por Felipe Sales.

Contrariando a atração à frivolidade das mensagens virais que tomam a internet, uma antiga foto de um homem que se recusou a fazer o cumprimento nazista se espalha pelo Facebook e faz sucesso na rede mundial de computadores. Enquanto dezenas de pessoas saúdam o Terceiro Reich, o homem permanece de braços cruzados e com um semblante de desdém.
A imagem foi feita em 1936 – em plena Alemanha Nazista – no Porto de Hamburgo, onde a multidão se aglomerava para assistir ao lançamento de um navio militar. O cidadão se chamava August Landmesse e era operário do estaleiro de Hamburgo. Apesar de ter ingressado no Partido Nazista em 1931, ele foi expulso em 1935 por ser casado com uma judia. A união lhe valeu duas filhas e a prisão por “desonrar a raça ariana”. Em 1941, August foi libertado e enviado à guerra. Em pouco tempo no campo de batalha foi dado como desaparecido em combate e declarado morto. Já a mulher de August teria sido presa pela Gestapo, a polícia secreta nazista, e depois desaparecido.
A história veio à tona apenas em 1991, quando August foi identificado. Ao ver a foto num jornal alemão, Irene, uma de suas filhas, o reconheceu. Enquanto sua irmã foi morar com a avó materna, Irene foi enviada a um orfanato e depois adotada. Em 1996, ela escreveu um livro contando a história da família.
A imagem, que já foi curtida quase 100 mil vezes e compartilhada outras 40 mil, foi publicada no último sábado (dia 4) na página do Facebook do movimento Senri No Michi – uma organização criada após o terremoto e o tsunami de 2011 do Japão, com o objetivo de divulgar ações de caridade.

Só de sacanagem, por Elisa Lucinda


Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam
entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, que reservo
duramente para educar os meninos mais pobres que eu,
para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus
pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e
eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança
vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança
vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o
aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus
brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao
conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e
dos justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva
o lápis do coleguinha",
" Esse apontador não é seu, minha filhinha".
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido
que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca
tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica
ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao
culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do
meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear:
mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem!
Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo
o mundo rouba" e eu vou dizer: Não importa, será esse
o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu
irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a
quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o
escambau.
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde
o primeiro homem que veio de Portugal".
Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? IMORTAL!
Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente
quiser, vai dá para mudar o final.


Prefeito francês sonha em construir parque temático sobre Napoleão


Projeto deve ser inaugurado no fim de 2017 ou no início de 2018

O prefeito de Montereau-Fault-Yonne, o deputado Yves Jégo, pretende construir um parque temático em homenagem a Napoleão Bonaparte. O objetivo é estimular o turismo na cidade, cerca de 50 quilômetros ao sudeste de Paris, aproveitando que nesse local aconteceu uma das últimas batalhas do imperador francês.
O projeto, que será apresentado oficialmente no próximo sábado, foi antecipado por Jégo na edição dominical do Le Journal du Dimanche. “A história de Napoleão vende muito no exterior, principalmente na China. No entanto, a França não fez nada pelo seu herói nacional”.
Inicialmente, a intenção de Jégo era gerar empregos e modificar a imagem”, apoiando-se no que considera como seu ponto forte: em 1814, Napoleão venceu os austríacos justamente em Montereau, uma de suas últimas vitórias meses antes de ser obrigado a deixar o poder.
O Bivouac de Montereau, no qual deverão ser investidos de 200 a 250 milhões de euros, terá parque temático, hotéis e centro de conferências, aproveitando a proximidade de rodovias e de uma linha de trem de alta velocidade onde poderá ser construída uma estação. “O projeto tem que ser suficientemente lúdico para ser atrativo e sério para ser cultural”, disse o prefeito, que o resumiu em quatro dimensões: “Histórico, digital, lúdico, ecológico”.
O local abrigará reconstruções históricas de batalhas, espetáculos digitais em 3D, atrações para as crianças, uma pequena estação de esqui, aquário e parque ecológico. “Queremos inventar um parque do século 21 onde a cultura e o lazer possam caminhar juntos”, destacou o prefeito, que afirmou que seus primeiros contatos com possíveis investidores foram excelentes, e que pensa se reunir com instituições interessadas na França, além do Brasil, Catar e Índia.
A iniciativa permitiria a criação de 1.500 a 2.000 empregos, diretos e indiretos, pela visita de 1,5 milhão a 2 milhões de turistas anuais. Jégo espera que as obras possam começar em fevereiro de 2014 para que o parque seja inaugurado no fim de 2017 ou início de 2018. 

In:

11 de fevereiro de 2012

Tempo



por Viviane Mosé.

Quem tem olhos pra ver o tempo?
Soprando sulcos na pele soprando sulcos na pele
Soprando sulcos?

O tempo andou riscando meu rosto
Com uma navalha fina.
Sem raiva nem rancor.
O tempo riscou meu rosto com calma.

Eu parei de lutar contra o tempo.
Ando exercendo instante.
Acho que ganhei presença.

Acho que a vida anda passando a mão em mim.
Acho que a vida anda passando.
Acho que a vida anda.
Em mim a vida anda.
Acho que há vida em mim.
A vida em mim anda passando. 
Acho que a vida anda passando a mão em mim.

Por falar em sexo quem anda me comendo é o tempo.
Na verdade faz tempo, mas eu escondia
Porque ele me pegava à força, e por trás. 
Um dia resolvi encará-lo de frente e disse:
Tempo, se você tem que me comer que seja com o meu consentimento.
E me olhando nos olhos.
Acho que ganhei o tempo.
De lá pra cá ele tem sido bom comigo.
Dizem que ando até remoçando.